Há alguns meses eu meu amigo, Luan, realizamos o
acompanhamento dos moradores de rua de Rio Branco, por meio de conversa,
compartilhando refeições e ajudando dentro dos nossos limites, podendo conhecer
um pouco mais de suas vidas, historias e suas experiências.
Na oportunidade conhecemos o ‘Baiano’, como é conhecido nas
ruas da capital, e sua historia nos chamou atenção e com a autorização do mesmo
queremos compartilhar com vocês.
“Meu nome é Luiz Gonzaga Nazinho, mais conhecido como ‘Baiano’, tenho 64 anos nascido em Água Nova no interior do Rio Grande do Norte, sou Potiguar. Eu tive uma infância maravilhosa, fui criado em orfanato, sou bem educado, fiz muito bons aproveito em minha vida, fui um bom circense (artista de circo), fui um homem criado em pedestal.
Quando tinha meus 10 anos, perdi pai, perdi mãe, viajei no mundo
sozinho nunca tive carinho de ninguém e assim, até hoje, vou continuando a
minha jornada maravilhosa. Fico muito feliz.
Eu fui naturológo, camelo, viajei ao Rio de Janeiro, São
Paulo na maioria dos estados do Brasil vendendo produtos medicinais caseiros
feitos com raízes. Cheguei no Acre em 1988, fui um dos primeiros raizeiros do
Acre. Na época coloquei algumas pessoas no ramo e que hoje estão trabalhando
muito bem, como o Dr. Raiz Medicinais. Fui divulgado nos jornais, televisões
para todos os lados de Rio Branco, sou bem quisto, limpo, e sem passagens pela polícia
e até hoje continuo da mesma forma.
Cheguei aqui em Rio Branco e consegui com o governador da
época, Romildo Magalhães, ele me doou na um flutuante muito grande, para que eu
tomasse de conta, zelar por ele para que os ribeirinhos quando viessem dormisse
aqui e eu tomando de conta.
Naquele ano eu estava muito bem, vivia muito bem, não fumava
drogas nem bebia, conhecia nenhuma das maldades do mundo. Até que um dia o
destino ingrato, colocou uma chama de fogo no que era meu e tudo se acabou.
Ali eu vi uma doença psicológica em minha vida que até hoje
não consegui me aplumar. Quando quero me levantar alguma coisa me atrapalha.
Foi quando comecei a beber, comecei a fumar conheci a droga ai acabou tudo.
Assim mesmo ainda tenho esperança, por que a gente tem que pensar positivo, tem que saber que no final da vida você pode ser um homem feliz realizado. Pois na vida devemos sorrir para todos os momentos.
A vida me levou muitas coisas boas e até hoje, graças a Deus,
ainda leva. Mesmo no final de tudo, ainda peço uma oportunidade para alguma
pessoa que esteja ouvindo essa voz por ai, ajude esse grande compositor um
homem que entende das músicas que fez muitas autorias na vida.
E que minhas esperanças nunca morreu, ela vai continuar,
sempre vai continuar com Deus. Ele que é o primeiro homem, primeira pessoa, é o
primeiro respeito né!?, é a primeira palavra. Além dele não existe na terra
nada que podemos fazer. Porém só tenho muito a agradecer a ele.
Quero passar aqui uma palavra, com a esperança de que alguém possa
querer gravar um dia, eu fiz essa letra para que você ouça, caso alguém goste e
queira gravar, procure esse velho aqui.
Nas escadas da vida papai me chamava para com ele viver, nas escadas da vida meu pai me dizia filho Eu Amo Você. Ai meu senhor é um Deus é o amor que eu conheci, nas escadas da vida ela foi proferida e o mundo de Deus escolhi".
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